Esta foi mais uma ida ao Mar a fim de fazer outra jornada de spinning, parece que a cada ano que passa fico mais viciado nesta modalidade, cada bocadinho que aprendo à custa dos meus próprios erros deixa-me mais interessado nesta coisa de lançar peixinhos de plástico e não só…
Uma jornada feita num laredo que eu tinha metido na minha lista de spots mas que foi ficando esquecido ao longo do tempo. Então num aceio da manhã que se mostrava bastante frio; até já me rio quando as pessoas se queixam do frio quando estão em casa e até se dão ao luxo de lavar as mãos e os dentes com aguinha quente, isso é coisa de maricas hahahaha na pesca não há dessas mariquices, sai-se do saco cama e lava-se os olhos com a água que ficou esquecida em cima da carrinha, “cá merdas”…
Desci pelo aceiro e já o dia dava sinais de claridade, cheguei lá a baixo e o mar fazia uma espuminha naquele fundão recheado de pedras, lançamentos uns atrás dos outros e com a claridade a mostrar-me a cor do mar quase transparente deixou-me desmotivado e decidi apostar tudo na espuma que se encostava a uma pequena pedra ilhada, depois de alguma insistência tive a minha recompensa ao sentir aquele ataque repentino e tão viciante, apertei com ele para não o deixar ir às pedras e pouco depois estava encostado a mim onde uma pequena onda o meteu a seco, feliz da vida arrumei-o ali num cantinho em segurança e aproveitei para gastar os últimos minutos antes de ficar totalmente dia, foi até perder uma amostra que andava ali a empatar na bolsa e fechei a jornada.
Por volta do meio-dia e olhando do cimo da falésia já as águas se mostravam completamente lusas e chibateiras
Pescar em cada laredo é como andar em mundos diferentes, são experiências únicas e compensadores a nível pessoal
A rosa-dos-ventos anunciava vento de Leste e as gaivotas passeavam-se ao sabor dele
Nada como apreciar este por do sol com um bom copo de vinho enquanto preparava o jantar, as noites passadas ao relento em locais noutrora desconhecidos que hoje são a minha segunda casa fizeram de mim o pescador que sou hoje, passar noites em lugares que para muitos “homens” seria um castigo ou como (pagar uma promessa) para mim é o paraíso, tal como para outros que se sentem no paraíso quando se passeiam em centros comerciais e coisas do género, isso para mim é o verdadeiro inferno…
O jantar neste dia foi umas salsichas com ovo mexido e arroz, tudo isto regado com uma garrafa de vinho oferecido pelo meu grande amigo João Santana.
Um gajo também tem de comer alguma coisa, atão…
Falésias que perdem o fim do mar de vista, é aqui que alimento a minha mente o corpo e a alma.
Com umas marés boas aproveitei para ir apanhar uns búzios aqui na Ria Formosa.
Num outro dia os lingueirões foram o alvo principal, ainda apanhei meia dúzia.
Tinha ali um saco quase roto e aproveitei para encher com alguma coisa que estava a mais perto de mim e fazia-me uma certa confusão na cabeça não sei porquê…
Bom pessoal por hoje é tudo, sejam conscientes e não deixem lixo espalhado no pesqueiro nem onde estacionam o carro…
Saúde e força aí.
— ATENCIÓN: El artículo pertenece al BLOG de «Lobo do Mar» —